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Um general não é responsável pelos atos de um militar indisciplinado. O presidente de um partido não é culpado pelo militante corrupto. O diretor de uma ONG não é culpado por um ato isolado ou inconsequente de seu ativista. Na verdade, sequer um pai é responsável pelos atos de seus filhos adultos ou emancipados. Mas e o Fernando Medina (PS)? Isso não se aplica a ele. Não adianta se desculpar nem dizer que fará investigações para encontrar e punir culpados sobre a recente entrega de dados dos ativistas. Fora já Medina!
Não tem uma semana, em meu último artigo envolvendo o “escândalo” do “ministério da festa”, deixei registrada minhas críticas subjetivas ao presidente da Câmara de Lisboa. Entendo que um político não deve ser comentarista de TV. Entendo que, neste caso, um político vai sair, sempre ou quase sempre, em favor ou defesa de seu partido ou colegas. O que, claramente em minha opinião, aconteceu em relação a Pedro Adão e Silva e o “Ministério da Festa”.
Joio do Trigo
E é justamente aqui que se separa o joio do trigo, a conveniência da independência. Errou Medina. Errou o primeiro-ministro, errou ainda mais o Governo ao criar o “ministério da festa”. Uso e usarei minha liberdade de expressão para apontar, criticar e, na medida do possível, alertar para correções de rumos. Agora, fora Medina? Demissão de Medina? Tripúdio a Medina? – Não. Me sinto impelido a intervir para reestabelecer o equilíbrio.
Defendo, desde já, que se investigue até as últimas consequências a entrega espontânea de dados dos ativistas. Isto não é grave: é gravíssimo! Algo precisa ser feito, inclusive, para reparar as vítimas desse ato inconsequente. – Percebeu que disse vítimas?
Solidariedade
Me solidarizo e, não duvide, que esteja nas próximas coberturas jornalísticas sobre atos e desfechos relativos ao imperdoável e alarmante caso da delação de manifestantes. Mas que sejam atos para forçar ou cobrar uma investigação. Que sejam atos para culpar aquele ou aqueles que mereçam a culpa e suas consequências.
Inocente até que se prove o contrário
Medina não é santo (nem ele, nem eu e nem você), mas partir para uma execração pública de um inocente, até que se prove o contrário, é tanto ou mais perverso que a própria delação de ativistas. Não se deve condenar uma pessoa antecipadamente sem julgamento. Não se demiti um funcionário por justa causa, sem a comprovada causa justa. Isso é inversão de valores.
Que se cobre apuração. Que se culpem os culpados. Inclusive o próprio Medina, se assim ficar comprovado. Mas até que isso não ocorra, pelo menos por enquanto, tem a minha solidariedade o Sr. Excelentíssimo presidente da Câmara de Lisboa.