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A crônica dos três Martínez
Sinto inveja dos que testemunharam in loco e sinto muito pelos que – mesmo a distância – não acompanharam a peleja entre Argentina e Austrália na noite de ontem. Um verdadeiro espetáculo dentro e fora de campo, com enredo digno dos grandes realistas sul-americanos.
No primeiro tempo amarrado, Messi precisou de uma matada de gênio e uma encaçapada como no bilhar para colocar a bola em meio a tantos gigantes australianos.
No segundo, o camisa 10 teve provavelmente seu melhor tempo em uma Copa do Mundo e fez o que quis no gramado. Cansou de driblar e assistir e os hermanos só não golearam porque Lautaro Martínez não colaborou.
O outro Martínez, Lisandro, também foi personagem do encontro ao salvar a Argentina em lance que Berhich ia fazendo um golaço à Messi ou Maradona.
Como num tango, intenso e dramático, o jogo teve um contorno nervoso até o fim, quando o terceiro Martínez da narrativa, Emiliano, com a bandeira argentina pintada no cabelo, defendeu gol certo dos australianos no último suspiro da partida. Como Messi, Emi saiu nos braços do povo.
Um jogo da Argentina em uma Copa do Mundo é um caso sério. A hinchada dos hermanos faz qualquer estádio parecer como La Bombonera, El Cilindro ou Monumental de Nuñez. Nada a ver com o ambiente frio e melancólico da maior parte das bancadas nessa Copa do Mundo do dinheiro. Uma relação entre time e torcida que emana uma energia que poucas seleções conseguem proporcionar, muito menos o Brasil.
Dí María, no banco, cantava no ritmo dos torcedores ainda durante o jogo, assim como fizeram todos os jogadores argentinos após o apito final do árbitro.
Do céu, Diego estendia a mão divina aos argentinos em festa no estádio. A torcida, patrimônio do país, e Messi, são muito maiores do que a FIFA e este mundial. Mas vão fazer de tudo para levantar a taça em Buenos Aires 38 anos depois. ¡Que lindo és el fútbol, pibe!